Quando Kansas City Chiefs e Philadelphia Eagles entrarem em campo no Super Bowl LIX, no dia 9 de fevereiro, em Nova Orleans, a disputa não acontecerá apenas dentro das quatro linhas. Fora do gramado, as maiores marcas do mundo estarão em uma competição à parte, disputando a atenção de mais de 200 milhões de espectadores com comerciais cada vez mais ousados e custosos.
A Publicidade no Super Bowl: Um Investimento Bilionário
O Super Bowl é o evento televisivo mais assistido dos Estados Unidos e um dos mais assistidos globalmente. Com essa visibilidade incomparável, o preço da publicidade atinge patamares recordes: o custo de um comercial de 30 segundos no Super Bowl LIX varia entre US$ 7 e 8 milhões (cerca de R$ 47 milhões). Algumas marcas também desembolsaram até US$ 4,5 milhões por espaços comerciais no pré-jogo, segundo a Variety.
Em um momento em que o streaming fragmenta a audiência e a publicidade digital desafia a televisão tradicional, o Super Bowl se firma como um dos últimos grandes bastiões da propaganda de massa. Como disse Mark Evans, vice-presidente executivo de vendas de publicidade da Fox Sports, em entrevista à CNBC: “Estamos em um período em que eventos esportivos ao vivo são ainda mais cobiçados. Ainda há espaço para crescimento”.
Celebridades e Estratégias de Marketing de Alto Impacto
Com um investimento tão alto, os anunciantes sabem que cada segundo precisa causar impacto. Para isso, recorrem a estratégias que vão desde o uso de celebridades de renome até teasers e campanhas multiplataforma.
Entre os comerciais mais aguardados deste ano, destacam-se:
- Budweiser: A marca lançou um teaser de 15 segundos intitulado “Something Big is Coming”, sugerindo um comercial de alto impacto emocional.
- Dunkin’: Os irmãos Ben e Casey Affleck se unem a Jeremy Strong em um comercial que promete humor e autenticidade.
- Bud Light: Post Malone e Shane Gillis dão sequência à parceria com a marca, trazendo elementos de entretenimento e continuidade.
- Hellmann’s: Billy Crystal e Meg Ryan recriam a icônica cena de “Harry e Sally – Feitos um para o Outro”, agora com Sydney Sweeney.
- Uber Eats: Dois comerciais estrelados por grandes nomes: Matthew McConaughey como Mike Ditka e uma parceria inusitada entre Martha Stewart e Charli XCX.
- FanDuel: Peyton e Eli Manning reforçam a conexão entre esportes e apostas esportivas em um comercial repleto de humor.
- Michelob Ultra: Willem Dafoe e Catherine O’Hara entram na febre do pickleball, reforçando a tendência esportiva.
- Taco Bell: Doja Cat invade os bastidores da marca para garantir sua participação.
- Stella Artois: David Beckham busca seu “irmão gêmeo perdido”.
- Squarespace: Barry Keoghan enfrenta o estresse de criar um site para seu burro.
- Hims & Hers: A marca aposta no segmento de bem-estar com foco na perda de peso.
O Impacto no Mercado Publicitário e nos Negócios
A eficiência desses comerciais é comprovada por pesquisas: um estudo da Ipsos mostrou que 80% dos telespectadores assistem aos comerciais do Super Bowl, e 11% afirmam que só assistem ao jogo por conta dos anúncios.
Para as marcas, o Super Bowl representa um momento-chave para construção de marca, reforço de identidade e ampliação do alcance. Empresas de alimentos, bebidas, tecnologia e serviços financeiros dominam a grade de anúncios, aproveitando o evento para consolidar produtos e lançar novidades.
Apesar do alto custo, os retornos podem ser massivos. Análises indicam que campanhas bem-sucedidas no Super Bowl podem gerar um impacto publicitário que se prolonga por semanas, alcançando audiências globais por meio de compartilhamentos nas redes sociais e discussões na mídia.
O Futuro dos Comerciais do Super Bowl
A tendência é que os comerciais do Super Bowl se tornem cada vez mais integrados a estratégias digitais, com ativações em redes sociais e colaborações com influenciadores antes, durante e depois do evento.
Além disso, o crescimento do streaming e a fragmentação da audiência podem levar a novas abordagens na comercialização dos espaços publicitários. O streaming do jogo pelo Tubi, plataforma da Fox, já é um indício dessa transição.
Independentemente das transformações no mercado, uma coisa é certa: enquanto o Super Bowl continuar sendo o maior evento esportivo dos Estados Unidos, seus comerciais continuarão a ser um dos investimentos publicitários mais cobiçados e comentados do mundo dos negócios.
Fonte: TIMES BRASIL