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Mulheres do campo e da cidade pedem o fim da

Para marcar a passagem de mais um Dia Internacional de Combate à Violência contra Mulheres e Meninas, nesta segunda-feira (25), as Mulheres Sem Terra do Rio Grande do Sul e das Cozinhas Solidárias da Região Metropolitana de Porto Alegre realizaram um conjunto de atividades com cuidados e afetos coletivos, escuta e compartilhamento em torno da luta e resistência na construção de relações livres de todas as formas de violências contra mulheres e meninas dentro e fora dos territórios de assentamentos.

O encontro aconteceu pela manhã no auditório do SindBancários, em Porto Alegre. À tarde, caminharam unidas até a sede da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para entregar a pauta de reivindicações sobre o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e pedir mais investimentos para as cozinhas solidárias.


Auditório do SindBancários lotado de mulheres do MST/RS e das cozinhas solidárias do RMPA debatendo sobre a violência com muita ternura e força / Foto: Marcela Brandes

Sílvia Reis, dirigente do setor de gênero do MST/RS, ressalta que não podemos normalizar a violência e que elas não foram ali à toa, mas com o objetivo de encaminhar estratégias coletivas para enfrentar os diversos tipos de violências que atingem as camponesas e as mulheres da cidade.

“A gente se une nessa luta para reafirmar a importância deste dia marcado por muita violência. Em homenagem às Las Mariposas, que por defenderem nossos direitos das mulheres da classe trabalhadora, que foram assassinadas na República Dominicana com muita crueldade. É pela memória de mulheres como elas, símbolos de luta e resistência, que nós do Movimento Sem Terra agarramos com força essa bandeira em defesa do nosso lema: Lutaremos por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos.” 

O Brasil está no ranking do quinto país com mais alto índice de feminicídio, segundo relatório da ONU de 2023. E no Rio Grande do Sul, de acordo com dados do Observatório Lupa Feminista contra o Feminicídio, os números de assassinatos de mulheres continuam subindo e podem ser maiores que os do ano passado.

“É para isso que a gente se organiza, para o fim da violência contra as mulheres. Estamos aqui representadas pelas mulheres do campo, da cidade, as mulheres que produzem o nosso alimento e as que estão no dia a dia nas cozinhas solidárias. Nosso foco é desenvolver atividades em várias perspectivas. Na formação e no cuidado”, afirma Mariana Dambroz, militante do Levante Popular da Juventude. 


As mulheres se apresentaram em grupos de cada entidade do campo e das cozinhas solidárias ilustrando um ingrediente para compor uma sopa de emoções e ações / Foto: Marcela Brandes

“Na sua maioria as cozinhas solidárias são tocadas por mulheres, então nada mais justo que estarmos aqui construindo coletivamente”, destaca Angela Comunal da Associação de Mulheres Maria da Glória. Uma das pautas da Jornada é a defesa das trabalhadoras do campo e da cidade que atuam em prol da Reforma Agrária Popular e da produção de alimentos saudáveis no combate à fome. Segundo Angela, é ao proporcionar trabalho, renda e dignidade que podemos diminuir os índices de violência contra as mulheres.


Estavam presentes representantes de todas as gerações de mulheres. As crianças tinham espaço especial com atividades paralela / Foto: Marcela Brandes


Todas receberam e trocaram lenços lilás, símbolo de comunhão e luta entre as mulheres / Foto: Marcela Brandes

“Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”

Após uma manhã de formação e acolhimento, as mulheres ocuparam o pátio da Conab reivindicando um novo edital do PAA ainda este ano, bem como a distribuição das cestas básicas em estoque. Algumas representantes das organizações foram recebidas pela Superintendência.


Ocupação na Conab com faixas e cânticos / Foto: Leandro Ribeiro/MST


 

Fonte: BdF Rio Grande do Sul

Edição: Katia Marko

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