Ambos travam guerra judicial, e de um lado, Celso, em ação de cobrança contra o ex-deputado, quer o pagamento de cheques dados em negócios (empréstimos) entre ambos. Do outro, Picarelli se diz vítima de estelionato ao tentar multiplicar seus bens através de investimento em operação chamada Au Metal. O caso, entretanto, não é investigado dentro dos processos referentes à Ouro de Ofir.
O ex-deputado chegou a vender uma casa, avaliada em R$ 1,8 milhão para dar como garantia. Os cheques assinados, mas não preenchidos, eram para garantir o negócio, que seria formalizado quando a venda da casa se concretizasse, ficando acordado que os cheques não seriam descontados.
O procedimento de Celso contra Picarelli é de 2018, quando cobrou quatro cheques nos valores de R$ 5.500,00, R$ 23.299,11, R$ 25.194,24 e R$ 1.320.000,00.
Denúncia do Ministério Público de 2021, diz que “ainda em 2018, a vítima recebeu ligações em tom intimidador, em que lhe eram cobrados os valores dos cheques, ocasião em que se sentiu ameaçada em razão do denunciado ser pessoa de influência e cercada de seguranças armados, situação esta que lhe desmotivou a registrar a ocorrência, tendo somente o feito após descobrir que as operações de Éder eram fraudulentas e que este havia sido preso”.
Tal processo teve audiência de instrução e julgamento realizada hoje, mas o resultado ainda não está disponível na ação. O ex-deputado, contatado, também não falou com a reportagem.
Advogada de Celso Éder, Suzana Camargo, disse que quem está tentando “dar o golpe” é o ex-deputado, que se aproveita de uma outra situação – Operação Ouro de Ofir – para passar por vítima e tentar não pagar o empréstimo que Celso lhe teria feito no valor de R$ 1.373.993,35. Atualizado, o valor chega aos R$ 4,4 milhões que a Justiça mandou bloquear.